MHNJB: Exposição Arqueologia e Presépio do Pipiripau
Segue breve relato acerca das exposições visitadas:
Gostei bastante da exposição arqueológica, tanto pelos artefatos apresentados quanto pela apresentação feita pelos estudiosos que nos guiaram. Ambos permitiram com que nós, estudantes, aprendêssemos não apenas um pouco mais sobre o modo de vida e práticas de povos que habitaram o território antes de nós, mas também como os estudos arqueológicos são feitos e algumas das ferramentas utilizadas para realizá-los. Traçando um paralelo com os estudos de AIA, durante a apresentação da exposição foi abordada um pouco a relação daqueles povos indígenas que habitaram o território antigamente com aquilo que hoje denominamos objetos, que se difere bastante da relação que temos hoje, frequentemente, a maneira com que esses elementos eram concebidos e colocados no mundo se assemelhava muito mais - nos nossos termos - à noção de “sujeito” do que a de “objeto”. Uma vez que na disciplina, recorrentemente, nos colocamos a pensar a relação das pessoas com os objetos e o papel desses na nossa vida, é interessante perceber que em outras cosmovisões, em outras ontologias, temporalidades e contextos tal relação é construída e entendida de formas bem diversas.
Em relação ao Presépio do Pipiripau, achei a obra bem legal e divertida, é possível passar tempos olhando para ela e, ainda assim, estar sempre descobrindo elementos novos. A experiência que eu tive na sala do presépio se assemelhou, de certa forma, a de uma apresentação teatral. O presépio sintetiza bem a sensação que eu imagino que se tenha ao se olhar para uma cidade de “fora”: bastante movimento e diversas coisas acontecendo ao mesmo tempo. A sonoplastia deve ser destacada também, especialmente o momento do trovão, que é bem impactante para o espectador. Vale dizer, também, que apesar de eu não ter sido criada em um contexto muito cristão e não entender grande partes das referências bíblicas contidas no presépio, este continuou sendo bem instigante, elemento que considero uma qualidade. Admirei bastante a possibilidade do visitante poder olhar a máquina construída para operar o presépio, pois permite com que as pessoas não só visualizem melhor o funcionamento daquelas peças observadas “na superfície" mas também reflitam sobre o trabalho e o processo que fazem parte do “objeto final”. Traçando paralelos com conceitos vistos em sala, acredito que seja possível dizer que o autor da obra a realizou sob uma lógica predominantemente finalística, cada elemento ali feito foi construído com a finalidade de compor o presépio, além disso, o próprio presépio se tornou um objetivo de vida para Raimundo Machado (autor).
Comentários
Postar um comentário