Parágrafo pessoal Filosofia da Caixa Preta (Flusser)
Um dos pontos que me chamaram a atenção no texto foi o conceito de idolatria abordado pelo autor, a ideia do homem vivendo em função das imagens, que passam a ser não representações do mundo, mas o próprio mundo, o qual se torna um conjunto de cenas. Tal noção é latente na atualidade, uma vez que hoje, com a ascensão das redes sociais, é evidente como as pessoas estão cada vez mais vivenciando o mundo através das imagens, para muitos só é real aquilo que é registrado, fotografado, gravado e postado. Aparelhos, comumente, passam a ser os mediadores entre as pessoas e a vivência. Outra perspectiva que me chamou atenção é a de que, apesar dos aparelhos darem para aqueles que os utilizam a sensação de uma certa liberdade, qualquer ação realizada por meio deles é condicionada pelo aparelho, tudo o que pode ser feito está dentro do programa, sendo assim, no caso da câmera fotográfica, por exemplo, cabe ao fotógrafo lutar contra o programa. Vale ressaltar, ainda, a percepção, presente no título, da máquina fotográfica enquanto uma caixa preta, muitos a utilizam, porém, poucos sabem o seu funcionamento e mesmo aqueles que o entendem acabam, por vezes, caindo em seus truques. Aparelhos como esse se multiplicaram desde a época que o livro foi escrito (década de 80) não apenas os celulares, computadores e outros equipamentos do tipo, mas as próprias redes sociais e seus algoritmos operam dessa forma. Nesse sentido, é possível traçar um paralelo com o documentário "Dilema das Redes" que, de certa forma, procura “abrir” a caixa preta das redes sociais, mas que demonstra, também, que mesmo aqueles que desenvolveram seus mecanismos não são imunes a eles.
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