Sintegração sobre conceitos Hertzberger
Na primeira rodada da dinâmica integrei o grupo de discussão acerca dos conceitos de funcionalidade, flexibilidade e polivalência. Tal discussão ocorreu em frente à laje do terceiro andar, uma vez que não é possível o acesso à própria. A ideia de funcionalismo estaria relacionada à projeção de espaços para o cumprimento de uma função específica, nessa perspectiva o espaço é concebido de maneira fragmentada, sendo cada fragmentação responsável por uma função. Já dentro da lógica da flexibilidade, o espaço é pensado de maneira a ter funções diversas, sendo bastante moldável, carecendo, no entanto, de identidade. Já a polivalência se relacionaria com a capacidade do espaço de fazer florescer diversas interpretações, mudar de função sem necessariamente mudar a sua forma, não ser um obstáculo para novas utilizações. Foi discutida bastante a relação entre os conceitos propostos e o espaço designado. Em linhas gerais, abordou-se como o espaço da lage carecia de funcionalidade, flexibilidade e polivalência, em especial, por se tratar de um espaço inutilizado e sem acesso para aqueles que circulam nas suas proximidades. Foi apontado como o espaço cumpria o seu papel de laje, mas não apresentava nenhum tipo de funcionalidade tangente à ocupação. Desse modo, sendo basicamente uma tela em branco que, apesar de poder suscitar na imaginação de alguns, usos que poderia ter, não tem nenhuma identidade. Não é flexível nem polivalente, não permite diferentes usos nem incentiva novas interpretações, não apresenta nenhum fator que incentiva, ao menos, sua ocupação.
Na segunda rodada, participei como observadora do grupo 7, responsável por discutir acerca do tópico “Visão 1” e que se situou no patamar do segundo andar da escada próxima ao radamés . Esse tópico aborda a importância do arquiteto procurar uma configuração de espaço que possibilite para aqueles que estão circulando nele uma certa liberdade na escolha de sua posição em relação às demais, em outras palavras, possibilite para o indivíduo estar isolado ou mais “visível” de acordo com suas vontades. Isso seria possível com a projeção devida de aberturas, de maneira que se tenha um ambiente equilibrado no que tange a abertura e isolamento, a partir do entendimento que aspectos como esse interferem nas relações sociais. Aqueles responsáveis por realizar a discussão em grupo falaram bastante sobre como o espaço em questão possibilita, de certo modo, essa certa liberdade para aqueles que circulam nele, mesmo sendo um espaço de passagem, fatores como a abertura nos corrimões, a sua largura e a largura das escadas as quais acessa possibilita tanto com que interações sociais sejam realizadas, quanto com que o indivíduo passe despercebido caso queira. Apesar disso, houveram certas divergências na percepção do espaço, para alguns o grau de visibilidade das janelas tornavam o espaço agradável e para outros a falta de visibilidade das mesmas contribui para uma sensação de insegurança. Além disso, foram discutidas intervenções passíveis de serem feitas no local escolhido.
Na terceira rodada, por sua vez, compus a parte de discussão do grupo 9, cujo tópico designado era “Visão 2”, o lugar que a discussão ocorreu foi próximo ao profeta do pátio interno, pois não era possível acessar a laje foco de discussão. Esse tópico fala da importância do estabelecimento de relações entre ambiente interno e externo, de maneira a quebrar esse isolamento dos ambientes internos, característico da modernidade, abordando ainda o ato de trazer o mundo exterior para o interior. Nesse sentido, o grupo falou bastante da falta de acesso para a laje, além disso foi discutido se esse espaço deveria ou não ser ocupado por pessoas, foi sugerido que, caso aquele espaço passasse a ser usado, que esse uso fosse não fosse voltado para a socialização. Ainda no aspecto do acesso, para pensar suas possibilidades, o grupo adentrou o segundo andar e olhou a lage do ponto de vista de uma janela que dá para ela, de maneira que ficou evidente para os integrantes como esse espaço “externo” está isolado do espaço interno mais próximo, pois mesmo essa janela que observamos permitia pouca visibilidade..
Por último, na quarta rodada, fiz parte do grupo 15 como crítica, a temática foi “O acesso público ao espaço privado”. Tal tópico fala bastante da relação entre áreas públicas e privadas, as maneiras de demarcação e separação delas, e do modo que as pessoas ocupam e se relacionam com e nesses espaços. O espaço atrás do bicicletário foi o local da discussão. A conversa se voltou mais para aspectos relacionados ao espaço designado, seu acesso, seu uso atual e suas possibilidades de transformação. Foi bastante mencionado sobre como apesar de ser um espaço com relativo conforto climático e com bastante espaço, por ser usado como depósito de entulhos e de acesso bem difícil, sua utilização acaba por ser bem reduzida. Algumas pessoas deram ideias de possíveis intervenções e alguns comentaram que o local não seria o melhor palco para intervenções. Foi mencionado, ainda, a visibilidade do espaço para aqueles que circulam as áreas próximas a ele, além disso, foi apontado sobre como aquele espaço se apresentava de maneira a repelir as pessoas, aqueles que, por acaso, o adentram se sentem invadindo um espaço no qual não são bem vindos.
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